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Sobre a acentuação gráfica
domingo, 09 julho 2017

Sobre a acentuação gráfica

Sugestões para o aperfeiçoamento do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
(Para uma fixação da nomenclatura do Vocabulário e do Dicionário da Academia)

Sobre a acentuação gráfica

Recebem acento agudo os vocábulos que estão em homografia com outros:

  • pára, forma do verbo parar; cf. para, preposição;
  • péla(s), nome e forma do verbo pelar; cf. pela(s), combinação da preposição per e la;
  • pélo, nome e forma do verbo pelar; cf. pelo, combinação da preposição per e lo;

Observações: Quando um possível homógrafo é considerado arcaico ou de uso pouca frequente, prescinde-se do acento gráfico distintivo, como é o caso de: polo(s), nome; cf. polo, combinação arcaica da preposição por e lo; pera (‘pedra’), nome arcaico; cf. pera, preposição arcaica.

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Recebem acento circunflexo os seguintes vocábulos que estão em homografia com outros:

  • pêlo(s), nome; cf. pelo(s), combinação da preposição per e lo.
  • pôr, verbo; cf. por, preposição.

Observações: Prescinde-se do acento gráfico distintivo em: coa(s), nome e flexão do verbo coar, e Coa, hidrónimo; cf. coa, combinação da preposição com e a; pera (‘fruto’), nome; cf. pera, preposição arcaica; pero (‘fruto’), nome; cf. pero, conjunção arcaica; pola (‘rebento’), nome; cf. pola, combinação arcaica da preposição por e la; polo (‘extremidade; céu; jogo’); cf. polo (‘falcão; açor’), nome, e polo, combinação arcaica da preposição por e lo.

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Emprega-se acento nas flexões em que a vogal tónica fechada é homógrafa de outra flexão da mesma palavra, como em: pôde (pretérito perfeito do indicativo) para se distinguir de pode (presente do indicativo); dêmos (presente do conjuntivo) para se distinguir de demos (pretérito perfeito do indicativo).

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Emprega-se acento circunflexo nas 3.as pessoas do plural do presente do indicativo crêem, lêem, vêem, ou do conjuntivo dêem, dos verbos crer, ler, ver, dar e seu derivados, relêem, desdêem.

Observação: As formas da 3.ª pessoa do plural dos verbos ter, manter, reter, etc., também conservam o acento, como em têm, mantêm, retêm.

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Acentua-se graficamente a terminação -ámos do pretérito perfeito do indicativo dos verbos da 1.ª conjugação para distinguir da terminação -amos do presente do indicativo dos mesmos verbos.

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A supressão do acento gráfico nos ditongos abertos quando constituem sílaba tónica de palavras paroxítonas retiraria o acento tónico nessas palavras terminadas em –r, pois se estas palavras perdessem o acento passariam a agudas, pelo que a manutenção do acento é necessária. Desta forma, desobedece-se à prescrição, do AO90, de não se acentuar os ditongos ei e oi nas paroxítonas, mas obedece-se à regra de as acentuar quando terminam em –r, como em blêizer, destróier, gêiser, lêiser.

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O AO90 aceita a dupla acentuação em palavras proparoxítonas com e e o tónicos seguidos das consoantes nasais m ou n, como em oxigénio/oxigênio e tónico/tônico; e em algumas paroxítonas, como em fémur/fêmur e ónix/ônix, e oxítonas, como puré/purê e /. Em Portugal escrevem-se com acento agudo, porque o seu timbre é aberto, mas no Brasil escrevem‑se com acento circunflexo, porque o timbre é fechado. Excetuam-se alguns casos em que o timbre da vogal também é fechado na norma europeia, como em estômago e fêmea.

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O acento circunflexo é eliminado no encontro ôo, mas é mantido no caso de palavras graves com acento em ô. A par de grafias que deixaram de ser acentuadas na variedade brasileira, como enjoo e voo, estão as palavras também graves côvão e aljôfar, que passariam a ser palavras oxítonas sem o acento gráfico.

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