sábado, 03 setembro 2016
bom senso ou bom-senso?
As duas palavras, bom senso, no seu conjunto constituirão uma unidade semântica? Pois haverá fortes argumentos que nos levam a responder afirmativamente. Bastará, pois, olhar para a definição: “disposição natural para julgar corretamente, para bem ajuizar em situações específicas ou em diferentes realidades”. Estivesse aqui Aristóteles e dir-nos-ia que, na verdade, é o “elemento central da conduta ética”, vai mais além de fazer o que está certo, ou que é bom, é chegar ao equilíbrio, ao meio-termo (ou querem que seja meio termo?) através da razoabilidade e ponderação.
Enquanto lexicógrafa que observa atentamente a língua e o uso que os falantes fazem da mesma, declaro que estou diante de um bicho de sete cabeças! Há quem hifenize; há quem não o faça; há quem não saiba o que fazer! E de nada me adianta cortar algumas cabeças, o trabalho é de Hércules! Respeitando a tradição lexicográfica, dito o não uso do hífen, observando a estrutura do vocábulo e o seu sentido brado por um hífen!
Não só eu, também Sacconi, no Brasil, o faz.
Não gostaria de cair em contrassensos, mas haja um julgamento correto e equilibrado, que não mais me perturbe a alma, haja bom-senso!
Para saber mais sobre o assunto: http://www.porticodalinguaportuguesa.pt/images/parecer/BomSenso.pdf.
Ana Salgado
3 de setembro de 2016
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